sexta-feira, fevereiro 09, 2007

E por falar em Saudade...

"Acabar o curso tem muito que se lhe diga…
Chegar ao final de uma etapa tão importante da nossa vida e querer voltar atrás e viver tudo de novo…
2001 foi o ano apocalíptico, acabadinha de chegar da Escola Secundária Rodrigues de Freitas (este ano muito adorada pelas Reais Finalistas!!!) De lá trouxe recordações e acima de tudo grandes amizades que guardo no meu coração e sem as quais muitos sentidos se perderiam…
Entrar pela primeira vez na FLUP não foi uma das mais agradáveis sensações… Ainda me lembro de este edifício tão pequeno, tão básico me parecer enorme, um autêntico labirinto! Agora movo-me cá dentro como se da minha casa se tratasse… E trata! Tal como naquela casa onde moro há 22 anos, é por vezes este o tecto que abriga o meu refúgio: os meus amigos! Nesse dia em que finalmente me tornei parte deste mundo estava longe de sonhar que conseguiria conquistar tudo o que tenho hoje…
Podia agradecer-vos a todos tudo o que fizeram por mim… Podia enumerar todas as alturas em que o vosso apoio foi fundamental… Mas o que o coração sente não se transmite por meras palavras desenhadas numa folha papel! O olhar, a expressão de um rosto… o cair de uma lágrima reflecte mais emoção, mais sentimento do que um mar de palavras. O meu reconhecimento está em cada abraço que faço questão de vos dar… É nesse abraço que vos agradeço, que vos dou uma parte de mim…
É muito complicado escrever-vos algo no dia da Serenata… (sim, porque eu sou a Sra. Finalista atrasada!) É um turbilhão de emoções contraditórias que não se conseguem controlar… Olhar para trás e recordar-me como caloira, aquela caloira tímida e calada… a gravilha, a Cordoaria… as sapatilhas voadoras na testa… Entrar na Tuna que me fez crescer, que me transformou numa Antónia que vá… ProntoS! A sala 210, a Sala, o bar, o Presuntinhos, o Sr. Melo, as fontes… O Rio Douro! Ah… O Rio Douro… Os objectos oferecidos e os “oferecidos”… A Mitó que nasceu num dos anos mais complicados da minha vida académica… As Marias… a gravilha, o parque, o jardim… os locais permitidos e os menos permitidos… os Meus Caloiros…
A interrupção destas vivências durante um semestre fez-me ter uma perspectiva diferente de tudo isto, do que é a vida… Em poucos meses aprendi e cresci mais do que em anos completos de existência! Leipzig, a segunda cidade natal, onde renasci mais forte…
Regressar foi complicado… Tudo tinha mudado, inclusive eu… Foi bom ter o vosso apoio e ser recebida de braços abertos como fui! Tantos laços que se fortaleceram e muitos mais que se criaram… Obrigado àqueles que me fizeram mãe de uma família de brincar tão séria!
Neste último ano muita coisa mudou! Aumentaram as responsabilidades, cresceu o trabalho… Mas amor que tenho à minha capa é demasiado grande para conseguir abandonar fosse o que fosse… O amor que tenho à minha Tuna é grande demais para sequer o qualificar numa mera folha de papel… Agradeço-vos a confiança e o apoio… O orgulho de ser Magistra da nossa Tuna está presente em cada trinar…
Mas há amores que nada têm que ver com capas, mas dos quais necessito de falar neste momento: já agradeci muita coisa a muita gente, mas a vocês agradeço-vos a minha existência, o simples facto de ter nascido era impossível sem a vossa vontade… A vocês devo-vos a vida! Obrigada por me terem feito crescer… obrigada pelo carinho e pelos sermões… obrigada por me terem feito chorar! A ti em especial agradeço o “bacalhau assado”, todo o apoio, todos os ensinamentos… O exemplo a seguir que te tornaste…
A todos vocês que aqui estão, e mesmo àqueles que me estão a ler lá em casa, o meu Muito Obrigado por me terem deixado conhecer-vos e por abrilhantarem a minha vida diariamente.

(PS: É verdade que até podia ter sido um textinho mais bonito, mas a culpa é da Sra. Presidenta…)"



Sra. Finalista Mitomutti
Maio/2006

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

voltei ao passado ao ler este texto...e revivi cd momento. n gosto de viver atraves de textos, mas parece k é a unica forma de continuar a fazê-lo.

Obrigado...saber que mais alguem sente esta palavra "saudade" possivelmente cm eu...dá me animo. ****

10 de fevereiro de 2007 às 20:58  
Anonymous Anónimo said...

Já alguém um dia disse que não é fácil sorrir quando se quer chorar...e, analogicamente escrevendo, digo que não é fácil escrever quando se quer sentir...
Foram quatro anos, quatro longos anos, onde o cheiro da alegria por vezes se confundiu nas manhãs sombrias e cinzentas que me acordaram...
O grito das gaivotas anunciou as tempestas e dificuldades futuras... mas elas voavam, quiça empurradas pelo vento de alguém que traçava uma capa e, assim, devolvia o brilho que esses dias precisavam...
Os momentos mais difíceis foram vencidos pelo calor de cada abraço que me ofereceram... e os mais felizes foram partilhados pelas infimas ruelas desta cidade que cheira a velho...o Porto.
Velhos estão também os livros que tantas vezes manuseei e de cujo odor ainda agora me recordo.
E recordo, recordo e torno a recordar o dia 9 de Abril de 2003 como se fosse hoje...sentada na cadeira da sala 210 vejo alguém a dirigir-se para mim com uma viola em punho! Sorrio...e sinto que aquele foi um dos momentos mais marcantes até hoje...tinha entrado para a grandiosa família que é a Tuna Feminina da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Os ensaios, as viagens, as actuações, os prémios, os momentos tiveram sentido! Sim, tudo tem sentido quando é moldado pelo carinho de uma caneta que vai escrevendo impiedosamente as marcas do tempo...
Nestas últimas semanas cada nota que vibrou foi sentida como a ùltima...e é esta melodia que toca o sublime e que range, com as suas cordas, a melancolia de uma vida, a de estudante, que eu quero levar para sempre comigo...
Não posso deixar de referir lugares que ficaram...o nosso pequeno cantinho (sala da tuna), o presuntinhos, a ribeira, o bar, o melo, o carlos alberto, o célia, o piolho, e todos esses lugares escondidos pelo mundo fora que nós conseguimos transformar em nossos...
As idas ao futebol, ao shopping, os aniversários, as reuniões e até as horas de estudo serviram para fomentar ainda mais todas as amizades que aqui criei...
Do lado oposto deste país desenhei, também, laços fortes dos quais não quero, nem consigo libertar-me...Os bilhetes das viagem são muitos, mais maiores são os momentos inesquecíveis que vocês proporcionaram! A distância não destrói relações, enriquece-as e torna-as especiais...
Não consigo deixar de lado as cores sombrias que povoam este reles testemunho, talvez seja a minha faceta de querer ser poetisa que me chama, mas uma coisa vos garanto, no meu coração só levo as cores mais belas que a retina do meu olhar retirou do arco íris de todos vós!
Cada um deu-me um pedaçinho de si e, com os retalhos que qualquer vida tem, cozi-os na minha capa e guardei-os no meu coração...
Apelidaram-me de “bedeta”, mas as minhas bedetas preferidas são todos vocês ...
Como eu ouço aquilo que me dizem...” há coisas na vida que nos fazem sorrir e nos confortam só por saberem que existem, mesmo sem terem explicação...” e cada um de vós é assim para mim... desculpem serem poucas as palavras mas elas são inóspitas e vãs, não assumindo a totalidade da sua essência...
Deixo-vos agora e levo para sempre o sorriso com que eu vos recordo, moldado pela fala do meu silêncio...
Obrigada por tudo!


O meu comentario a este post não poderia deixar de ser este...

11 de março de 2007 às 13:25  

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